2012 (2012) 2009



O Fim Está Próximo
O diretor de Hollywood mais especializado em catástrofe volta às telas com título agitado e de visual impressionante
Davi Boaventura

Teorias apocalípticas têm aos baldes por aí, mas nenhuma tão na moda hoje em dia quanto a profecia Maia, cuja letra (supostamente) preconiza o fim dos tempos para o dia 21 de dezembro de 2012, devido a uma série de conjunções astrais desfavoráveis. Claro, com tanta gente comentando o assunto, Hollywood não ia demorar em pôr as mãos em uma mina de ouro como essa. Nenhuma surpresa aí. Surpresa mesmo é que, apesar de todo o seu invólucro caça-níquel, “2012” (2009) é inegavelmente um petardo de diversão.
E isso por um motivo básico: embora o discurso panfletário esteja sempre presente, nada aqui é levado muito a sério. Dirigido por Roland Emmerich, que antes tentou dar cabo à Terra por meio da neve (O Dia Depois de Amanhã) e de invasões aliens (Independence Day), o filme se pretende apenas uma festança visual, cheio de cenas absurdas e efeitos especiais impressionantes, o que faz de maneira cirúrgica. Principalmente porque consegue fugir da tentação de enfiar no balaio tiradas filosóficas ou existenciais, que, convenhamos, nunca foram o forte do cinema do Tio Sam.
Assim, o que encontramos é pura e simplesmente uma luta instintiva pela sobrevivência, no melhor estilo MacGayver de ser. Não dá nem muito tempo para respirar. Com pouco mais de meia hora de roteiro, depois de rapidamente descobrirmos porque o mundo vai para a cucuia, a Califórnia inteira já está sendo despedaçada por terremotos avassaladores em uma sequência de cair o queixo, com lava, pontes caindo, prédios desabando, concreto se tornando areia e mais uma saraivada de loucuras somente possível graças a um orçamento na casa dos 200 milhões de dólares.
O “bom” desta vez é que, diante da abrangência do tema, a destruição não é mais tão restrita ao lado norte da América, finalmente nos deixando com o sádico gostinho de ver na tela o planeta todo em chamas, com direito até a cobertura jornalística de uma emissora canarinho. Para os fãs das tramas de catástrofes, não falta nem o tradicional quebra-quebra dos marcos históricos, como a queda do Monumento a Washington e a dissolução do Cristo Redentor, que gerou até processo para os envolvidos no projeto.
“2012” de fato vale uma conferida, se não pelo drama, pelo menos pelo espetáculo. Não é o primeiro filme-desastre, nem será o último (a página do diretor Emmerich no IMDB, por exemplo, lista lá um certo 2016), mas na soma de seus erros e acertos o longa encontra o seu espaço. Só não espere ele enfim explicar por que diabos o cachorro sempre se salva no final.

Mais informações sobre o programa em:http://www.guiadecanais.com.br/Programa.aspx?id=15045&t=f

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