Presságio (Knowing) 2009


Palavras da Perdição
Nicolas Cage dá um alívio para seus fãs com trabalho interessante e bem produzido
Davi Boaventura

É curioso, sempre que Hollywood decide pôr fim ao planeta, o perigo vem em dupla: um longa caro, cheio de colírios para os olhos, outro mais barato, denso e melhor trabalhado. A brincadeira começou em 97 com os filmes dos vulcões, renovou-se no ano seguinte com a ameaça dos cometas e chegou a 2009 com o Sol vestindo a fantasia de vilão. Nesta história toda, o maior erro do público é achar que somente o primo rico é que merece atenção.
Pelo contrário. Basta meia hora diante de um filme como “Presságio” (2009) para percebermos que estamos lidando com um título de respeito, instigante e forte, e em alguns momentos até assustador. Um daqueles roteiros que precisam ser vistos de uma tacada só, sem nem levantar da cadeira para não correr o risco de perder o bonde da trama, cujo núcleo se desenrola a partir de uma carta criptografada escrita na década de 50, capaz de prever todas grandes tragédias dos últimos anos.
O problema da missiva é que ela ainda aponta três datas com catástrofes a acontecer. Aí entra John Koestler (Nicolas Cage), um professor viúvo, pai de um garoto, que traduz os números da carta e, desacreditado por todos, parte em uma luta frenética para impedir as mortes previstas. Ele, porém, não percebe que no fundo os fatos podem estar ligados, fazendo de Koestler na verdade o elo entre o medo e a esperança de um evento muito mais complexo.
Neste cenário, é evidente que o lado suspense se torna o principal atrativo da obra. Mas, graças ao estilo do diretor Alex Proyas, passa longe de ser o único. Escolado por longas como “O Corvo” e o sucesso “Eu, Robô”, Proyas entrega um trabalho bem acima das expectativas. Prova que o primo pobre também tem direito aos flashes de fama.
Mais informações sobre o programa em: http://www.guiadecanais.com.br/Programa.aspx?id=20929&t=f

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